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O impacto das barricas na maturação do vinho

O impacto das barricas na maturação do vinho

Os vinhos são guardados em diferentes tipos de recipientes, mas os mais comuns são as barricas. Perceba porquê e de que forma influenciam na sua maturação

Atualizado a 14/02/2024
4 MINUTOS DE LEITURA
O impacto das barricas na maturação do vinho

Já ouviu falar em barril, barrica, pipa, tonel ou balseiro? Saiba qual é a diferença entre os diferentes tipos de recipientes de madeira, utilizados para armazenar o vinho, para que servem e porque as barricas são os mais comuns.

As barricas ao longo da História

Durante muitos anos, os vinhos foram armazenados e transportados em recipientes de madeira, por ser mais simples. Só mais tarde começaram a ser utilizados depósitos de cimento, ferro e, finalmente, inox.

No entanto, quando a madeira era nova e o estágio prolongado, a qualidade do vinho ressentia-se, resultando numa maior adstringência e no tal sabor a “casca de banana verde”. Este problema resolvia-se, queimando ligeiramente a madeira — na realidade, isto também facilitava o fabrico destes depósitos, ajudando a dobrar as aduelas, para que tivesse o formato arredondado, que hoje é utilizado.

O processo de tosta das barricas eliminava o sabor seco adstringente, contribuindo ainda para leves notas tostadas. Conferia também uma doçura muito leve e agradável, que se tornou característica dos melhores vinhos. Hoje em dia, baunilha, caramelo, coco, café, mocha, canela e fumo são os aromas e sabores mais comuns, garantidos pelo estágio dos vinhos em barricas tostadas.

Quais os tipos de depósitos de madeira que existem e quais as diferenças entre si?

Os mais comuns são as barricas de 225 ou 228 litros, feitas em carvalho francês ou americano. No entanto, estas barricas têm diferentes tamanhos: de 300, 400 ou 500 até cerca de 1000 litros.

As tradicionais pipas de vinho do Porto têm várias dimensões, mas, normalmente, rondam os 550 litros. É nestas que estagiam os melhores Porto Tawny, pois a sua pequena dimensão contribui para uma evolução mais rápida destes vinhos.

Com o formato das barricas tradicionais, mas de grande dimensão, os toneis têm uma porta que ajuda na limpeza, permitindo a entrada de pessoas para o seu interior. O volume varia entre perto de 1000 até cerca de 50.000 litros. São feitos de vários tipos de madeira para além do carvalho, como a nogueira, a cerejeira e, até mesmo, madeiras exóticas de áreas tropicais como o norte do Brasil.

Os balseiros também são de grandes dimensões, mas têm o formato cilindrico na vertical. Além disso, são sempre troncocónicos, ou seja, mais largos na base do que no topo. Para construi-los, utiliza-se o mesmo tipo de madeira dos toneis.

Por que razão os vinhos envelhecem tão bem em barricas?

Há alguns motivos que levam os enólogos a preferir o estágio em barricas. Em primeiro lugar, como a madeira é muito porosa, há uma muito ligeira oxidação (microoxigenação), gerando vinhos mais complexos e que duram mais tempo em garrafa. Além dessas vantagens, os sabores tostados também contribuem para a qualidade da bebida. Um fator importante a ter em conta é a idade das barricas: quanto mais novas, maior a sua porosidade e o seu sabor tostado.

É o álcool do vinho que extrai os sabores tostados da madeira. Por isso, as barricas são utilizadas, primeiramente, em vinhos brancos (12-13%), depois em tintos (13,5-14,5%), vinhos do Porto e Madeira (20%), whiskey, rum, tequila (40%) e, finalmente, em aguardentes (40-77%).

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