Ao contrário do que a maioria das pessoas pensa, grande parte dos vinhos são vegan. No entanto, não são comunicados como tal, salvo raras exceções e, normalmente, por produtores que exportam para regiões mais atentas, como o Norte da Europa, os Estados Unidos, o Canadá ou a Alemanha.
O processo de produção do vinho e as especificidades do vinho vegan
Para um vinho ser considerado vegan, todo o processo de produção tem de ser isento de produtos de origem animal. No entanto, não é suficiente que apenas os ingredientes usados na produção sejam vegan, como é, naturalmente, o caso das uvas. Deve também ser assegurado que os produtores recorrem a práticas e processos éticos e sustentáveis.
No processo de produção, os produtos de origem animal são utilizados para clarificar (limpar) o mosto e/ou o vinho: a proteína de base animal sedimenta no depósito e arrasta os taninos, que conferem adstringência e fazem secar a boca. Normalmente, esta aplicação é feita na fase final, antes do engarrafamento. Nos últimos 10 a 15 anos, tem havido uma grande evolução, e existem, hoje, muitos produtos de origem vegetal em substituição dos produtos de base animal, normalmente proteínas de ervilhas e batatas.
Relativamente à utilização de produtos de base animal, são técnicas adotadas há milhares de anos, com recurso a ingredientes como a clara de ovo (seis claras por barrica) ou o sangue de vaca, por exemplo. Os produtos animais ainda utilizados atualmente são, por exemplo, a albumina de ovo (tintos), as gelatinas animais (nos tintos e pouco em brancos e rosés), a caseína ou, ainda que mesmo muito pouco utilizado, o caseinato de potássio (brancos).
Há organizações que certificam vinhos como sendo vegan, como a Associação Portuguesa Vegetariana, a Vegan Society e a Vegan Action. Estas organizações obedecem a critérios rigorosos para certificar que um vinho é vegan, ajudando os consumidores a comprar com mais confiança.