Os vinhos certos para acompanhar um bom churrasco têm de ser jovens, independentemente de serem brancos, tintos ou rosés. Mesmo assim, para cada tipo de carne ou peixe, há algumas características a ter em conta.
Os pratos e os vinhos para churrasco
Carne de novilho
Quando falamos num bom churrasco, pensamos em picanha ou costeletas, assim como outros tipos de carne de vaca, idealmente malpassada e com um molho típico de churrasco.
O melhor vinho para este tipo de carne é um tinto jovem, de dois a quatro anos, seco, encorpado e com bastante estrutura (ou seja, taninos) — que não é mais do que aquela sensação de secura de boca a fazer lembrar uma casca de banana. A carne malpassada tem muito mais proteína e é o tanino que vai “cortar” esta proteína, garantindo uma melhor experiência. Por isso, deve ser acompanhada por tintos de regiões quentes como o Alentejo e Douro, que têm mais estrutura.
Devemos escolher vinhos bem frutados e, idealmente, com alguma barrica com tosta forte a fumo ou café, que normalmente casam com os aromas tostados da carne grelhada em carvão.
Deve ser bebido fresco a cerca de 16ºC.
Carne de porco
A carne de porco, como a entremeada, o entrecosto ou mesmo as febras, que normalmente tem mais gordura e é bem passada, não exige um vinho tinto com tantos taninos, mas um tinto mais fresco e com mais acidez para “cortar” a gordura.
Os tintos do Dão, Trás-os-Montes, Beira Interior ou de zonas mais altas do Douro fazem ótimas combinações com este tipo de carne — idealmente, menos encorpados, frutados e com boa acidez.
Deve ser bebido fresco a cerca de 16ºC.
Peixe grelhado
Os melhores vinhos para acompanhar peixe grelhado são brancos jovens, com boa acidez, ligeiramente vegetais e que não sejam muito aromáticos. Por exemplo, um bom vinho da casta Arinto faria a combinação perfeita. A Região Demarcada dos Vinhos Verdes, Bairrada, Lisboa e Beira Interior são provavelmente as melhores zonas para este tipo de vinho, mas, de uma forma geral, pode ser produzido em todo o país.
Uma vez que o peixe grelhado é um prato delicado, não queremos combiná-lo com um vinho muito aromático. Precisamos sempre de um vinho elegante e fresco, com notas vegetais, para combinarem com os sabores das saladas ou dos legumes do acompanhamento.
Deve ser bebido fresco a cerca de 10ºC.
Sardinhas e atum
Sem dúvida que nesta harmonização precisamos de tintos leves ou elegantes de baixo grau alcoólico, frescos, com boa acidez, e, idealmente, aromas também ligeiramente vegetais.
Não é fácil encontrar este tipo de vinhos em Portugal — fora do país, seria um Pinot Noir novo ou um Beaujolais Nouveau. Em Portugal, pode ser um Negra Mole do Algarve, um Ramisco de Colares ou mesmo um verde tinto, que não seja muito concentrado. Estes são alguns exemplos de ótimas combinações.
Deve ser bebido fresco a cerca de 14ºC.