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Dicionário do vinho: aprenda a falar como um enólogo

Dicionário do vinho: aprenda a falar como um enólogo

Os adjetivos que usamos para caracterizar uma pessoa, podem ser, muitas vezes, aplicados ao vinho. Mas sabe o que todos os termos significam no universo da enologia? Para ajudá-lo a perceber bem a informação que existe, preparámos um dicionário do vinho, com termos que percorrem a lista do abecedário.

Atualizado a 09/11/2023
6 MINUTOS DE LEITURA
Dicionário do vinho: aprenda a falar como um enólogo

Como qualquer especialidade, também nos vinhos existem palavras cujo significado é e difícil compreensão — algumas bastante engraçadas. Há adjetivos que normalmente servem para descrever pessoas, que são usados todos os dias pelos enólogos. Veja o nosso dicionário do vinho e conheça a lista de termos mais usados.

As palavras mais usadas


1.
Nas provas de vinho

 

Adstringente:

É uma sensação de secura na boca, normalmente em tintos. O equivalente a trincar uma casca de banana ou a lamber um pau de gelado.

Antociana:

É a molécula dos vinhos responsável pela cor tinta/rosada. Quanto mais antocianas, mais escuro é o vinho.

Corpo:

Uma sensação de preenchimento e volume na boca, que junta doçura, acidez e estrutura.

DOC:

Significa Denominação de Origem Controlada. É a classificação pela comissão vitivinícola de uma região em que o vinho é sujeito a uma qualidade superior e determinadas regras.

Duro:

Trata-se de um vinho adstringente e com elevada sensação de acidez.

Encorpado:

É um vinho com corpo elevado, a que corresponde uma sensação de preenchimento grande na boca.

Leve:

Significa o mesmo que magro, ou seja, um vinho com pouco corpo e aguado.

Magro:

O mesmo que leve: um vinho aguado e com pouco corpo.

Seco:

Trata-se de um vinho sem açúcar.

Tanino:

É a molécula do vinho antioxidante que dá a sensação de adstringência. Geralmente, diz-se que é um vinho cheio de taninos.

2. Na vinha:

 

Colheita tardia:

São vinhos doces produzidos através da concentração de uvas. Os mais famosos do mundo são os Sauternes (Bordéus) e os Tokaji (Hungria).

Ice wine:

Vinho doce, tal como o colheita tardia, produzido em países muito frios em que as uvas são vindimadas no inverno. As uvas são concentradas por estarem congeladas no exterior forçando a saída da água dos bagos. Os melhores são do Canadá e Alemanha.

Stress da vinha:

Quando a vinha tem falta de água, as uvas concentram sabor e cor.

Podridão nobre:

Botrytis Cinerea é o nome do fungo que se desenvolve nas uvas, em condições muito especificas de calor, sol e humidade, e produz vinhos doces que são chamados de colheita tardia.

Terroir:

Palavra muito usada para descrever o lugar único onde foram produzidas as uvas, combinando região, clima, solo, casta e inclinação do terreno.

3. Outros termos:

 

Aromas primários:

São aromas existentes na uva e que permanecem nos vinhos.

Aromas secundários:

São aromas criados na fermentação e que permanecem nos vinhos.

Aromas terciários:

Tratam-se de aromas criados no envelhecimento dos vinhos, tanto em barricas como em garrafa, depois de engarrafado.

Bouquet:

Corresponde ao aroma terciário do vinho que apenas existe em vinhos especiais e criados em estágio de garrafa.

Barrica:

Normalmente de 225 litros e feito em carvalho francês ou americano, é o recipiente de madeira mais comum no estágio de vinhos superiores.

Balseiro:

Recipiente de madeira de grandes dimensões, normalmente troncocónico e na vertical.

Battonage:

Normalmente usados em brancos reservam quando estagiados em barricas, consiste em misturar as borras (depósito), conferindo um maior volume de boca e aromas de levedura ao vinho.

Bojo:

É a parte do copo que segura o vinho. O copo é dividido em três partes: a base (redonda), o pé (liga a base ao bojo) e o bojo.

Blend:

Trata-se da mistura de diferentes lotes de vinho, normalmente de castas e/ou terroirs diferentes.

Bruto:

É usado em espumantes para definir a doçura do vinho — geralmente, os espumantes têm um pouco de mosto que lhes dá doçura. Os mais doces são secos, meio secos, meio doces e doces.

Curtimenta:

É o mesmo que maceração.

Decanter:

Trata-se de uma espécie de um jarro de vidro usado para separar o depósito das garrafas mais antigas ou apenas para arejar (oxigenar) o vinho.

Degorgement:

Corresponde ao processo de produção de espumantes, em que é retirada a carica e a borra existente quando o espumante estagia em cave e é colocada a rolha e o muselet.

Enólogo:

É o técnico especialista em fazer vinho.

Enófilo:

É um apreciador de vinho.

Escanção:

Trata-se do especialista no serviço de vinhos.

Mosto:

É o sumo de uva antes da fermentação. Depois de fermentado, o mosto chama-se vinho.

Muselet:

É aquele arame usado à volta da rolha de espumante, que impede que esta saia. Também é designado de açaime.

Pipa:

É a barrica de 550 litros usada nos vinhos do Porto.

Renuage:

É o processo de limpeza das borras do interior das garrafas de espumante, após longos meses em cave, em que se rodam as garrafas diariamente, durante cerca de 30 ou 40 dias, até ficarem na vertical e prontas para degorgement.

Maceração:

É o contacto das uvas com o mosto durante a sua produção. Pode ser pré-fermentativa (se for feita antes da fermentação), durante a fermentação ou pós-fermentativa (se feita depois da fermentação).

Sommelier:

O mesmo que escansão.

Vinho laranja (orange wine):

Muito na moda, é um branco de curtimenta que sofreu oxidações, sofrendo uma mudança na cor para âmbar/laranja.

Vinho regional:

Classificação pela comissão vitivinícola de uma região em que o vinho é produzido com uvas dessa área.

Tonel:

É o mesmo que barrica ou pipa, mas de grandes dimensões.

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