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Alentejo: conheça as 8 sub-regiões

Alentejo: conheça as 8 sub-regiões

Sabe quais são as sub-regiões que produzem o vinho DOC Alentejo e o que contribui para que os vinhos do Alentejo estejam entre os melhores do mundo? Frederico Vilar Gomes, o enólogo do Pingo Doce, explica-lhe tudo.

Atualizado a 22/08/2022
4 MINUTOS DE LEITURA
No Alentejo, há 8 sub-regiões para descobrir

Apenas algumas áreas delimitadas da região alentejana podem produzir vinho DOC (Denominação de Origem Controlada) Alentejo, sendo o restante denominado como vinho regional alentejano, que permite a inclusão de outras castas além das previstas na legislação de vinhos DOC. Assim, é possível encontrar vinhos regionais produzidos com Touriga Nacional, Cabernet Sauvignon, Syrah ou Chardonnay. O vinho DOC Alentejo é produzido em oito sub-regiões:

1. Borba

Borba é a segunda maior sub-região do Alentejo, estendendo-se ao longo do eixo que une Estremoz a Terrugem, incluindo Orada, Vila Viçosa, Rio de Moinhos e Alandroal. Afamada no que diz respeito à qualidade dos seus vinhos, deve principalmente aos solos de calcário, com presença forte de mármore, a frescura e a longevidade dos vinhos que produz.

 

2. Évora

No final do século XIX, Évora alcançou um prestígio inimaginável no campo vitivinícola e até foi reconhecida como uma das sub-regiões mais admiradas do Alentejo, berço de muitos dos vinhos mais cobiçados. A sua paisagem, dominada pelos solos pardos mediterrânicos e por um clima quente e seco, sobressai nos aromas dos vinhos do Alentejo.

 

3. Granja/Amareleja

Na fronteira com Espanha, disposta em redor da vila de Mourão e bafejada por um dos climas mais áridos e rígidos de Portugal, esta região possui solos forrados a barro e a xisto, onde a recorrente falta de água e a quase ausência de matéria orgânica originam produções vinícolas e rendimentos muito baixos. A casta Moreto é uma das variedades mais características desta sub-região, onde vinhos quentes e suaves, de grau alcoólico elevado, são reconhecidos.

 

4. Moura

Por estas paragens, o clima revela uma forte tendência continental, com amplitudes térmicas grandes: invernos frios e rigorosos e verões tórridos, secos e prolongados. Os solos são especialmente pobres, com o barro e o calcário a intercalarem-se, pouco profundos, duros e inclementes para a vinha, mas com uma boa capacidade de retenção de água, onde domina a casta Castelão. Os vinhos de Moura apresentam um perfil quente e macio.

 

5. Portalegre

Portalegre é uma sub-região muito diferente das restantes por ser uma zona montanhosa. As vinhas estão dispostas maioritariamente nas encostas da serra de S. Mamede em solos predominantemente graníticos, intercalados nas zonas mais baixas com pequenas manchas de xisto, e beneficiam do clima fresco e húmido da serra. Apontada por muitos como a melhor sub-região vinícola do Alentejo, os vinhos aqui produzidos são frescos e elegantes.

 

6. Redondo

A serra d´Ossa, um dos maiores acidentes orográficos do Alentejo, eleva-se a cerca de 600 metros de altitude, dominando e delimitando a sub-região do Redondo, que assim resguarda as vinhas a norte e nascente. Aqui, os invernos são frios e secos, compensados por verões quentes e soalheiros. Os solos muito heterogéneos, relativamente fortes, guardam algumas vinhas muito velhas e dão origem a brancos com tradição.

 

7. Reguengos

É a maior das sub-regiões do Alentejo, guardando algumas das vinhas mais velhas alentejanas, onde sobrevivem reservas únicas de clones e variedades hoje quase perdidas. Os terrenos xistosos, pobres e pedregosos, o clima profundamente continental, com invernos muito frios e verões de extremo calor, condicionam a viticultura e proporcionam vinhos encorpados e poderosos, com boa capacidade de envelhecimento.

 

8. Vidigueira

A sub-região mais a sul do Alentejo foi durante séculos berço dos vinhos brancos alentejanos, graças ao seu clima temperado. Aqui, abunda a famosa casta Antão Vaz, que origina alguns dos melhores brancos do país, bem como a Tinta Grossa, uma das castas mais misteriosas do Alentejo. Os solos, predominantemente, de origem granítica e xistosa, desta região produzem brancos aromáticos, frescos, harmoniosos, e tintos com aromas intensos a frutos vermelhos bem maduros e macios.

Frederico Vilar Gomes
Enólogo Pingo Doce
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