Não se sabe ao certo quando foi plantada a primeira vinha no Alentejo: os primeiros registos estão gravados em ânforas (talhas), catalogadas nos achados arqueológicos gregos. Pensa-se, então, que as primeiras vinhas em Portugal terão surgido no Alentejo e só depois rumaram ao norte, fazendo dos vinhos alentejanos os mais antigos do país.
Solo e clima da região alentejana
A qualidade e o estilo mais aromático e suave dos vinhos alentejanos devem-se, em parte, ao clima mediterrânico e continental: invernos muito frios e rigorosos e verões tórridos com temperaturas acima de 40 °C. Mas também à geografia da região, com pouco relevo e uma variedade enorme de solos. As vinhas alentejanas ocupam uma área equivalente a um terço de Portugal e localizam-se, na sua maioria, em terrenos de rochas plutónicas (granitos, tonalitos, sienitos e sienitos nefelínicos), sendo de salientar a diversidade de solos com manchas xistosas e argilo-calcárias.
Inigualáveis vinhos alentejanos de talha
O vinho de talha é o representante mais importante da cultura milenar do vinho no Alentejo e ainda hoje é produzido em várias regiões, como S. Pedro do Corval, Vidigueira, Reguengos, Cuba ou Campo Maior. Esta técnica de fazer vinho em talhas tem passado de geração em geração, de forma quase imutável. Mas como funciona? As uvas são previamente esmagadas e depois colocadas dentro de talhas de barro, onde a fermentação ocorre espontaneamente e dá origem a um vinho natural com uma qualidade única. O Dia de S. Martinho é, por regra, o dia da “abertura das talhas”.
Castas alentejanas: joias nacionais
Os tintos das castas Alfrocheiro, Aragonês, Castelão, Moreto, Tinta Caiada e Trincadeira são alguns dos vinhos alentejanos produzidos na região, mas os vinhos da casta Alicante Bouschet destacam-se por serem das poucas castas tintureiras (o sumo é vermelho) existentes no mundo. Estes vinhos são muito estruturados, com cor e aromas a carne, fruta preta e compota. Os melhores brancos, que deram fama ao Alentejo com prémios internacionais desde o séc. XVII, são da casta Antão Vaz, mas por esta região há também a Arinto, a Roupeiro, a Rabo de Ovelha e a Tamarez, entre outras.
