Fechar pesquisa
Como provar vinho

Como provar vinho

Sabe degustar um vinho corretamente? Frederico Vilar Gomes, o enólogo do Pingo Doce, explica como deve fazê-lo.

Atualizado a 09/05/2023
5 MINUTOS DE LEITURA
como provar um vinho

Tudo o que precisa é de um copo, um bom vinho à temperatura certa e de usar a sua visão, olfato e paladar. Aprenda a provar vinho, neste passo a passo.

Guia para provar vinho

 

1. Com os olhos
Encha cerca de 1/3 de um copo de vidro transparente e limpo, segure pelo pé alto, incline o copo cerca de 60º e coloque-o contra uma superfície branca. Olhe para o vinho por cima do copo.
Como avaliar:
Observe qual é a tonalidade do vinho, da borda do líquido até ao centro, para determinar o seu grau de envelhecimento. Tanto o vinho branco como o vinho tinto tornam-se mais castanhos e mais escuros com o passar do tempo. Se o vinho ganhar uma cor levemente acastanhada, isso pode significar que perdeu as caraterísticas distintivas e já não está na melhor forma.

 

Qual é a cor dos vinhos:
  • Brancos: A cor de um vinho branco é quase sempre amarela. Mas um vinho mais jovem tem tonalidades esverdeadas e, à medida que vai envelhecendo, torna-se mais dourado.
  • Tintos: A cor de um vinho tinto é azulada (púrpura) enquanto novo e, tal como num vinho branco, começa a ganhar uma tonalidade castanha com o passar do tempo. O tom vai clareando para rubi até chegar à cor tijolo.
  • Rosés: A cor de um vinho rosé é normalmente rosa, salmão ou laranja. Ao fim de dois a três anos, poderá adquirir uma tonalidade mais granada.

 

2. Com o olfato

Sem rodar o copo, com a cabeça ligeiramente inclinada para a frente e com o copo inclinado contra o nariz, inale profundamente para sentir os aromas mais sensíveis. Nesta fase, pode descobrir a complexidade aromática de um vinho ou detetar logo alguns defeitos.
  • Vinho envelhecido: aroma a especiarias, madeira e cabedal
  • Vinho jovem: aroma a flores e frutos

De seguida, rode o copo de vinho intensamente e inspire novamente. Este movimento oxigena o vinho libertando mais aromas presentes.

Como avaliar:

Sinta a intensidade do perfume e inale os aromas mais evidentes. Tenha paciência e tente identificar os aromas primários dos frutos antes dos aromas secundários e terciários (como, por exemplo, aromas a especiarias).

 

Dica: cheire elementos como flores, couro, madeira e tabaco para ajudar a identificar mais facilmente os aromas e treinar a sua memória olfativa.

 

3. Com o paladar

Agora coloque uma quantidade suficiente na boca para sentir o vinho com toda a superfície da língua, gengivas e bochechas. Sem engolir o líquido, aspire ar (mesmo fazendo barulho com ovinho na boca) para oxigenar e libertar mais aromas.

Como avaliar:

Sabores

Está na hora de apreciar o conjunto de sabores do vinho. No total, existem apenas cinco: doce, ácido, salgado, amargo e umami (conhecido como gosto saboroso). Todas as papilas gustativas da boca sentem estes sabores, mas existem zonas em que as papilas são mais sensíveis para cada um dos sabores.

Aroma

Tal como no nariz, também sentirá os aromas diferentes do vinho na boca. Dependendo da idade, castas, região e estágio do vinho, o leque de aromas pode variar.

Sensações

Depois de engolir (ou cuspir, se estiver numa degustação profissional), o vinho deve deixar um conjunto de sensações. Preste atenção se a boca ficou seca, se sente aspereza e maciez ou apenas untuosidade. A sensação química mais comum, principalmente em vinhos tintos, é a adstringência — muito semelhante à rugosidade de comer uma banana verde. Quanto mais essas sensações durarem ou mudarem com o tempo, mais complexo é considerado o vinho.

 

Por último, cheire o copo vazio. Os bons vinhos emanam um maravilhoso resquício de odor concentrado e com uma enorme persistência. Aos poucos, irá descobrir as suas preferências e aprimorar as habilidades para provar e degustar vinhos de forma mais intuitiva. De seguida, rode o copo de vinho intensamente e inspire novamente. Este movimento oxigena o vinho libertando mais aromas presentes.

 

Dica: faça anotações e, no final, não se esqueça de partilhar uma opinião pessoal sobre a complexidade, harmonia, originalidade e equilíbrio de cada vinho.

Frederico Vilar Gomes
Enólogo Pingo Doce
Partilhar
Artigos relacionados