Feito na região Demarcada do Douro, a mais antiga do mundo, com mais de 300 anos, o vinho do Porto é sem dúvida o vinho português mais reconhecido e um dos que melhoram com o passar dos tempos. O seu valor de venda chega a surpreender, mas os verdadeiros apreciadores estão dispostos a pagar: em 2019, foi vendida uma garrafa de Colheita de 1863 por 111 mil euros num leilão.
Trata-se de um vinho licoroso, feito com aguardente, que é adicionada a meio da fermentação e que permite preservar parte dos açúcares naturais das uvas que dão a doçura típica ao vinho do Porto. Idealmente, bebe-se a acompanhar sobremesas, ou simplesmente como aperitivo. Existem diferentes tipos de vinho do Porto: Ruby, Tawny, Rosé e Branco. Descubra as diferenças:
Vinho do Porto Ruby: quanto mais velho, melhor
Os Ruby são vinhos com pouco estágio em madeira, normalmente em tonéis grandes, e não sofrem envelhecimento oxidativo. São vinhos concentrados de cor rubi intensa e aromas fortes a fruta madura. São engarrafados cedo, ganham qualidade em garrafa e os melhores podem durar mais de 100 anos. Já os mais caros são os vintage e são feitos de uvas provenientes de vinhas muito velhas e de apenas uma única vinha.
Vinho do Porto Tawny: os Colheita são preferidos
Os Tawny são envelhecidos em pipas e tonéis de madeira por muitos anos e sofrem oxidação propositada. A cor tawny que lhe dá o nome (âmbar/acastanhada) deve-se ao envelhecimento oxidativo. Os Colheita são os mais caros de todos e os preferidos dos especialistas.
Vinho do Porto Rosé: frescos e aromáticos
Esta é uma categoria criada recentemente pela marca Croft. São vinhos frescos e aromáticos, sem data de colheita e normalmente bastante doces.
Vinho do Porto Branco: mais ou menos doces
Elaborados da mesma forma que os vinhos do Porto convencionais, mas com uvas brancas em vez de tintas, os vinhos do Porto brancos novos são geralmente frescos, sem data e diversificam-se em termos de doçura.
Como escolher o melhor vinho do Porto?
O vinho do Porto é servido em pequenas quantidades, por isso o corpo do copo é mais pequeno. O topo do copo também é mais estreito e não se deve encher totalmente, para permitir que os aromas se libertem. Se não sabe como escolher o melhor vinho para si, veja estas dicas do enólogo do Pingo Doce:
Tawny
Vinho com sabores entre o mel, os frutos secos e o caramelo. Bebe-se a uma temperatura de 10-15 °C. Após a abertura da garrafa, pode conservar-se durante alguns meses.
Reserva: vinhos elegantes e mais frutados.
Colheita: de apenas uma colheita, estagiam por períodos mínimos de 7 anos e os aromas e os sabores melhoram com a idade.
Indicação de idade (10, 20, 30 e 40 anos): combina os sabores de várias colheitas com diferentes idades. Quanto mais velho mais concentrado e intenso.
Branco
Vinho normalmente jovem e frutado, em que o envelhecimento, mais ou menos prolongado, confere diferentes graus de complexidade. Bebe-se a uma temperatura de 6-14 °C. Após a abertura pode conservar-se por 8 a 10 dias.
Novo: fresco e diversificado na doçura entre o extrasseco e o doce.
Colheita: complexo e equilibrado. Apenas de uma colheita (ano de vindima).
Indicação de idade (10, 20, 30 e 40 anos): aromas muito próximos aos Tawnies tintos com a mesma idade.
Ruby
Vinho jovem, de cor mais intensa e com mais estrutura do que o Tawny. Bebe-se a uma temperatura de 12-16 °C. Deve ser bebido no prazo de 1 a 3 dias após a abertura da garrafa.
Reserva: frutado e intenso.
LBV ou Late Bottled Vintage: muito encorpado e rico na boca. Apenas de uma colheita (ano de vindima).
Vintage: vinho potente com aromas exuberantes a frutos vermelhos e silvestres e com o sabor do chocolate negro. Apenas de uma colheita (ano de vindima).
Rosé
Vinho novo, fresco e frutado. Bebe-se a uma temperatura de 4-8 °C. Depois de aberto deve ser bebido no prazo de 8 a 10 dias.