É uma das micro-regiões mais peculiares do mundo, com vinhas originais, terrenos duros e um vinho com um sabor estranho. Ainda assim, é, neste momento, a zona portuguesa mais procurada, com os vinhos de Colares a chegarem a preços absurdos.
Os solos são dunas de areia em cima das praias, a que chamam “chão de areia” e que deram fama à região — foi, aliás, o que permitiu a Colares resistir, no final do século XIX, à praga de filoxera. Com a falta de vinho na Europa, a procura fez a região crescer a uma velocidade incrível, chegando a ter cerca de 600 produtores. Hoje em dia, há menos de 20 hectares em Colares e cerca de 20 produtores de uva.
Os fatores geográficos
As vinhas de Colares estão localizadas nos montes da serra de Sintra, a apenas 30 km de Lisboa, e junto às arribas viradas para o Oceano Atlântico. O clima é agreste com nevoeiro predominante nas áreas mais expostas e com ventos marinhos salgados a baterem nas folhas das videiras.
Por debaixo das dunas, encontram-se solos calcários, típicos da região de Lisboa, que é onde se planta — ou seja, é necessário retirar toda a areia, fazendo um buraco, para cada videira ser enraizada no “chão rijo”, podendo chegar a 10 m de profundidade. Fotografias antigas mostram homens a cavar este buracos usando cestos que, em caso de abatimento das areias, eram usados para se cobrirem, de forma a protegerem-se, até serem ajudados pelos colegas.
As vinhas rasteiras e cultivadas, próximas da areia, estão rodeadas de muros de pedra e cercas de canas feitas pelo homem, para proteger as videiras dos ventos. A cultura é fora do normal, levantando-se as uvas com canas “pontões”, que permitem que estas fiquem próximas da areia e levem o calor refletido do sol, mas ainda estejam expostas à humidade dos nevoeiros matinais.
As castas principais dos vinhos de Colares são a Malvasia de Colares (branca) e a Ramisco (tinta).